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    UM - Espaço de Psicanálise

     Cel. Dulcídio, 540 , sala 03, Batel | Curitiba-PR

    quais os efeitos de uma análise?

    31 Mar 2016

     

      

    Não há dúvidas de que a psicanálise apresenta efeitos terapêuticos, isto é, ela possibilita a diminuição do sofrimento que leva alguém a procurar um analista. Contudo, estes não são seus únicos efeitos. As queixas relatadas no início de uma análise (mal-estar, angústia, sensação de inibição, etc.) permitem que um saber próprio seja produzido e que uma mudança se opere como efeito do trabalho analítico, referindo-se​ à oportunidade de reposicionamento subjetivo frente àquilo que anteriormente nos fazia sofrer.

     

    Para a psicanálise não há um ideal de normalidade, de bem-estar, de “saúde mental” a ser conquistado. Assim, uma análise não pretende “arranjar” aquilo que está errado, reconstituindo as coisas como “deveriam ser”. Ao contrário, o trabalho analítico permite justamente fazer vacilar a idéia de que haveria um modo adequado de ser e estar ao qual deveríamos responder e adaptar-nos. 

     

    Deste modo, esta experiência pode permitir a passagem de uma relação mortificante e inflexível que mantemos com o dever e os ideais para uma posição de responsabilidade ética  em relação ao próprio desejo, ou seja, com aquilo que é a  causa, o que está atrás, como pano de fundo daquilo que nos move na vida.A psicanálise propõe uma subversão, ao evidenciar que aquilo de que nos queixamos, que nos faz sofrer e do qual queremos livrar-nos, isto é, o sintoma, carrega também algo que nos é radicalmente próprio e do qual extraímos uma “estranha” satisfação (e é justamente por conta disso que é tão difícil dele abrir mão!). O que faz sofrer é sintomático. Ainda assim, não se trata de eliminar o sintoma na perspectiva de simplesmente excluí-lo, mas de escutar o que ele traz sobre a forma particular de cada um ser, estar, amar, viver.Ao indagar-nos, ao dizermos sobre esse desconhecido que nos habita,  podemos sair do lamento para a invenção de um novo lugar que nos permita “saber-fazer aí” com aquilo que somos ao invés de padecer disso. 

     

    ___

     

    Imagem | Man Ray - Mains (1925)

     

     

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